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Gabriela Souza
Harmonia, acordes, melodia e ritmo são estruturas que compõem tanto o cenário erudito quanto o da Música Popular Brasileira. Apesar de o embasamento teórico ser o mesmo, o ouvido percebe o contraste das formas que são tomadas quando se toca um e outro. Enquanto o primeiro preza pelo exato e consonante, a MPB permite criar a partir do que já existe, improvisar, além de mostrar o gingado peculiar, inerente ao seu ritmo.

Movida, principalmente, por instrumentos eletrônicos, de corda e piano, a MPB encontra-se nas camadas mais simples da sociedade. Hoje, o momento é do Funk, que movimenta milhares de jovens de todo o país, seja ele de classe baixa ou classe alta. Segundo a professora de percepção e ritmo, Sandra Miranda, a MPB cada vez mais tem tomado proporções maiores. “Você percebe quando uma música é feita no laboratório e quando é feita no morro, da própria realidade do país, e isso é fantástico, afirmou a professora.

A música brasileira é uma miscelânia, ou seja, uma gama de conteúdos variados expostos a sociedade. É preciso, porém, ser seletivo para absorver um produto elaborado e harmonicamente estruturado. “Existem dois tipos de música popular. O primeiro é acadêmico, para apreciar tecnicamente, o segundo, é aquele que te faz descontrair”, disse Thiago Pessanha, estudante do curso técnico de MPB da Faculdade de Música do Espírito Santo, Fames.

A professora de MPB, Luciana Castelo, diz que hoje o brasileiro aceita tudo o que é oferecido, há uma banalização do que realmente é música, porque perderam princípios, conceitos e moralidade para exigir produto de qualidade. “Não acho que ela é valorizada porque o que a grande massa gosta é do balanço, da batida da música, se colocar isso em números, a MPB que vende não é a do Tom Jobim, do Chico Buarque, mas é a dos cantores do Funk, que ainda precisam melhorar suas técnicas e letras”, contou a professora Luciana.

Samba

O Samba é uma vertente que encanta de tal maneira instrumentistas e dançarinos da MPB. Passou por várias direções como o Samba-canção, o Carnavalesco e o Sambalanço, até estourar nas rádios com compositores e cantores como Martinho da Vila, Bezerra da Silva, Clara Nunes e Beth Carvalho. Após esse período, o Samba retoma seu cenário sob a forma de pagode, com uma linguagem mais popular e novos instrumentos. Hoje, é o gênero musical que melhor representa a música popular brasileira.

Os sucessos da MPB

O marco da história se deu com a junção de dois ritmos musicais, o lundu e a modinha. O primeiro caracteriza-se por uma batida forte e dançante, o segundo, é erudito e melancólico. No decorrer do tempo, surgem vários gêneros dentro da MPB segundo as conjunturas presentes do momento, como a Bossa Nova, o Sertanejo, o Chorinho e o Samba-canção.

No século XIX, o Chorinho ganhou o seu espaço com o sucesso da marchinha carnavalesca ô abre alas composta pela cantora Chiquinha Gonzaga. O Samba aparece no século XX, com gravações do compositor Pixinguinha. Com um caráter mais sofisticado e suave, surge, na década de 50, a Bossa Nova. Diferente de outros gêneros, a Bossa fez sucesso no exterior com Tom Jobim e João Gilberto. Neste momento, aparecem personalidades como Milton Nascimento, Elis Regina, Chico Buarque, Caetano Veloso, com o Festival de MPB organizado pela TV Record, que começava a popularizar-se.

Com sucessivas apresentações em boates e bares das grandes cidades, destaca-se Maria Bethânia. Além dela, também surgem personalidades como Djavan, Cazuza, Tim Maia e Raul Seixas. A partir dos anos 80, sob fortes influências de outros países, vários estilos musicais ganham evidência no país. No Rock, destaque para Paralamas do Sucesso, Legião Urbana e Rita Lee. No Rap, ganha visibilidade os cantores Gabriel, o pensador, O Rappa e o grupo Planet Hemp. E as duplas Leandro e Leonardo e Chitãozinho e Xororó, compõem o cenário da música sertaneja.

Lançamento do filme “Uma Noite em 67”

Promovido pelo Festival Rumo Estação Cinema, Rec, o Filme Uma Noite em 67, dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil, relata o III Festival de Música Popular Brasileira organizado pela Tv Record. Na disputa, estavam Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Edu Lobo e Sérgio Ricardo. Com a utilização de imagens originais, o filme registra as principais conjunturas da época vividas pela sociedade, como a ditadura e a proeminência do Tropicalismo.
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Gabriela Souza
Após o surgimento de novas tecnologias para a publicação de conteúdo como a internet, o processo de produção, edição e impressão de livros na forma convencional se tornou questionável. Além da velocidade e facilidade de acesso a informação, a digitalização do material impresso é uma forma de preservação da memória cultural, pois evita que os livros se estraguem nas prateleiras das bibliotecas devido as más condições de armazenamento. Por outro lado, apenas uma pequena parte da população tem acesso à internet. Ou seja, só terá acesso ao conteúdo digital quem possuir a tecnologia necessária para isso.

Daqui a algum tempo, os aparelhos que estão em alta no mercado e custam muito caro, serão baratos. As novas tecnologias chegam caras, mas com o tempo se tornarão mais acessíveis as pessoas, é o que diz o professor de Tecnologias da Comunicação de uma instituição de ensino superior, Roberto Teixeira. “A tendência é as tecnologias virem e participarem do cotidiano da sociedade sem elas nem perceberem as mudanças. Mas, na verdade, o que mudará será apenas o suporte, ou seja, a forma e o meio com o qual o conteúdo dos livros será passado as pessoas”, afirma o professor.

Essas novas tecnologias podem ser exemplificadas por dois aparelhos que podem em muito facilitar a vida das pessoas nesse sentido: O Ipad que, dentre várias funcionalidades, possui o aplicativo iBooks para a leitura de arquivos em formato digital. E o Kindle, que pode transformar textos escritos em textos falados e armazenar até cerca de 1.500 livros, é uma referência para a leitura digital, além de servir para outros fins. Com toda essa facilidade de armazenar, transferir e obter o conteúdo de livros eletrônicos é que se instauram as discussões a respeito do futuro do livro.

O professor Roberto Teixeira observa que os livros ainda vão durar um bom tempo, simplesmente porque as pessoas gostam de ler e de manusear o livro. “Ele carrega um peso de sentimento muito grande, talvez, por esse motivo, acredito que o tempo de vida útil dele será mais duradouro do que o tempo dos jornais, por exemplo. Mas, se um dia a publicação de livros acabar, ainda poderá haver lugares onde eles existam, porém, em proporções menores”, completa Teixeira.